segunda-feira, 22 de julho de 2013

Residência Pontos MIS 2013

 





Essa experiência foi mais do que eu esperava quando me inscrevi pra participar. Eu tava precisando de uma overdose de cinema, mas foi muito mais do que isso. Foi uma injeção de vida que eu recebi durante essa semana de Residência no Ponto MIS-SP. Foi maravilhoso.

Porque você quer fazer cinema? É uma pergunta que vem na nossa cabeça. Eu comecei a querer fazer cinema por causa dos blockbusters, entretenimento, por achar que nós podiamos fazer como os americanos fazem, por que somos humanos também e se a gente quisesse a gente podia ter filmes tão bons quanto eles. Mas quanto mais eu estudo sobre cinema, mais esse meu conceito muda e dessa vez caiu por completo. Hoje eu quero fazer o meu cinema. O cinema que está no meu coração. O cinema que não é apenas para entreter, mas também pra fazer pensar, se emocionar, sentir. E esse é o grande desafio. Externar o que eu sinto. Contar uma historia do jeito que eu sinto. Essa é minha luta a partir de agora.

O primeiro filme, que me lembro, que assisti no cinema foi Gremlins 2. Meus pais me levaram para assistir As Tartarugas Ninjas, mas erraram de cinema e acabamos assistindo Gremlins 2. Depois eu só fui pisar no cinema de novo com 15 anos pra assistir Titanic pela escola. Claro, nesse meio tempo eu me acabava de assistir filmes na tv. Uns que mais me marcaram foi King Kong 2 e Jurassic Park. Aventura, ação. Acho que é a essência do que eu gosto como entretenimento. É onde eu posso sair totalmente da realidade e viver algo que eu não vivo no mundo real. Gosto disso, quero entrar nesse mundo. Mas ainda preciso aprender muito até chegar lá. Então vamos aos poucos. Acho que quero começar explorando meus sentimentos.

Eu gosto de lembrar de como eu cheguei até aqui. Que não foi sozinho. Que se não fosse todas as pessoas que passaram por mim terem deixado um pedacinho delas, eu não estaria aqui. Começando em 2006 com meu primeiro contato com uma camera digital graças a Caroline Carvalho, colega de trabalho que me emprestou sua camera e assim eu descobri o mundo da edição. 1 ano depois, já sem emprego, o Multishow lança um concurso depretencioso onde o vencedor ganharia uma handcam. Participei e ganhei a camera. 2 anos depois gravei uma websérie (O PRESENTE) com essa camera e um rapaz assistiu a série e me levou pra conhecer o grupo de cinema da cidade onde eu conheci o diretor Tony Valentte e descobri o cinema como técnica. A partir dai o cinema se tornou parte da minha vida. Em 2011 conheci meu amigo Luis Fabiano Teixeira e depois de eu insistir muito, fizemos o curta-metragem "Beijo de Novela", vencedor do concurso Residência Ponto MIS. O que me levou a essa semana mágica!

Tivemos aula de Roteiro com Di Moretti (Nossa vida não cabe num Opala, 2008), Produção com Denise Gomes e Paula Cosenza (Bossa Nova Films), Leis de Incentivo com Sonia Kavantan (kavantan.com.br), Direção com Esmir Filho (Os Famosos e os Duendes da Morte, 2009), Animação com Victor Hugo Borges (Historietas Assombradas - Para Crianças Malcriadas), Direção de Fotografia com André Moncaio (Olívias na TV), Direção de Arte com Frederico Pinto (Vips, 2011), Montagem com Cristina Amaral (Falsa Loura, 2007) e Som com Miriam Biderman (Faroeste Caboclo, 2013). Também tivemos visitas fascinantes ao acervo do Museu da Imagem e do Som, a produtora independente O2 Filmes do Fernando Meirelles e a locadora Movie Center onde conhecemos seus equipamentos de iluminação super atuais.

Mas pra mim, apesar de toda técnica e conceito, o que mais ficou foi a convivência com os Residentes. É claro que eu, pessoalmente, tava precisando desse encontro de pessoas apaixonadas pela 7° arte. Eu queria isso! E foi mais do que eu imaginava. Enfim, foi uma experiência pessoal, um devir que vai ficar para sempre na minha memoria.

Com certeza eu acho que essa Residência tem que acontecer de novo, com mais pessoas apaixonadas por cinema. Por que é pra poucos esse sentimento. Agradeço ao André Sturm que apostou nessa ideia e trouxe todos nós para essa experiência única. Obrigado.

E o que fica é essa vontade enorme de produzir, de gritar através das imagens, de fazer cinema. Agora vem a prática. Vamos lá!

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